Encontro Dr.André conversando com uma enfermeira,parecia estar ralhando com ela,mas não me importei apenas peguei em seu braço e disse-lhe:
-Ela acordou!
Rapidamente ele se despede da enfermeira e segue-me até o quarto da minha mãe.
Assim que chega lá vai direto examina-la e nem percebe a figura encostada na parede,na realidade,nem mesmo Trinna o vê já que corre para perto da mãe,mas se algum deles tivesse olhado para Bruce teria visto que em seu rosto estava estampada uma expressão surpresa.
Dr.André a examina detalhadamente e me diz que ela está estável,mas não há nada que se possa fazer.Enquanto converso com ele,ouço um sussurro e rapidamente olho para minha mãe,ela se esforça para ser ouvida por nós,então vou até ela e com uma voz debilitada ela me diz:
-Filha,poderia me dar licença,tenho que falar com Bruce em particular?
É só quando ela me diz isso que me lembro que não estamos sozinhas e olho para o canto onde o mesmo se encontra,André também o olha,dando-se conta pela primeira vez do visitante.
Olho demoradamente para minha mãe tentando entender o porque de ela querer falar a sós com ele,quando me bate a compreensão,rapidamente lhe digo:
-Nem pense nisso mãe,não vou deixar que faças isso.
Ela me olha por um tempo e então vira-se para André.
-Poderia tira-lá daqui,por favor,sei que não tenho muito tempo,mas tenho muitas coisas para resolver antes de ir.
Pude ver a tristeza de André perante essas palavras,mas mesmo assim ele me tirou da sala sob intenso protesto de minha parte devo admitir.
Bruce
Vi o olhar que a garota deu a mãe antes de sair,era como se pedisse algo,vi também que ela negou para a filha,logo me aproximei dela e ela começou.
-Lembra-se daquela última noite que passamos juntos na Europa,o dia anterior a minha viagem para assumir os negócios do meu pai?
Fiz sinal positivo com a cabeça e ela prosseguiu.
-Bom um mês depois eu descobri que estava grávida.
Nesse momento fiquei abismado,e o choque deve ter aparecido em meu rosto.
-Me perdoa por não ter te contado,mas ainda estava aprendendo a comandar as empresas e não tinha total estabilidade,temi que você tirasse minha,ou melhor nossa,filha de mim.
Olhei para seus olhos e tive vontade de dizer coisas horríveis para ela,mas me controlei e disse:
-Ela sabe?
-Sim,eu nunca escondi isso dela,mas ela não quis ir até você,ela me disse que sabe que não tens culpa por não tê-la criado,diz que se sobreviveu somente comigo até agora,não tem porque coloca-lo em nossas vidas.
Eu estava me esforçando ao máximo para não descontar a raiva que sentia nela,mas ao mesmo tempo a culpava por não ter feito parte da vida da minha filha.
Por fim apenas assenti com um movimento mínimo,e disse:
-Tudo bem eu disse,te perdoo.
Nesse momento ela fechou os olhos,ainda com um sorriso nos lábios,segundos depois os aparelhos começaram a apitar e imediatamente vários médicos e enfermeiras entraram assim como a garota que até agora não sabia o nome mas sabia agora que era minha filha.
Ela foi imediatamente para perto da mãe e começou chama-lá mesmo sabendo que não adiantava nada.Os médicos tentaram afasta-lá da cama,mas sem sucesso,então um deles,o tal de André olhou para mim e disse:
-Tire-a daqui.
Eu automaticamente assenti e fui até a garota,ela se debateu tentando escapar e voltar para o lado da mãe,mas eu não permiti,segurei-a mas firme e com cuidado a tirei daquele quarto.
Assim que a tirei fechei a porta atrás de mim ela veio até mim e começou a distribuir socos no meu peito,para uma guria tão pequena ela batia forte,mas não demostrei dor e ela continuou a me socar até não ter mais forças,e então com os olhos cheios de lágrimas ela me disse:
-Ela te contou não foi?
-Sim.
Ela para de lutar e me abraça,eu mesmo sem jeito retribuo,aquele era o primeiro abraço que recebia da minha filha.
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