quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Zero



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São 3:22 minutos de uma extremante fria madrugada de inverno,estou  num antigo prédio de estacionamento condenado apoiada numa pilastra esperando o momento de agir.Atrás de mim a cidade dorme tranquilamente,até mesmo os bandidos estão entocados com medo do frio,exceto meus alvos.

A minha frente vejo 8 contêineres serem descarregados de caminhões e então serem preparados para o voo.Oficialmente esse avião carrega doações recolhidas para as vítimas de um acidente nuclear que aconteceu semanas atrás,mas eu sei o que realmente contém nesses contêineres e de maneira alguma permitirei que esse avião decole,não permitirei que essa criança passem pelo que passei e sofram o que sofri.

Eu tinha cinco anos quando meu caminho cruzou com o dele,minha vida era perfeita,tinha pais amorosos,amigos que me queriam bem,eu gostava até mesmo da escola onde estudava,e foi nesse mesmo lugar que eu o vi pela primeira vez.

Ele chegou se apresentando como Andre Saldanha, grande agente de talentos,disse ser  responsável por inúmeros artista e famosos que na época estavam a moda.Ele escolheu algumas crianças para fazer um ensaio fotográfico  que seria então levado para alguns clientes escolherem.

E sabe o mais engraçado?Ele não mentiu sobre levar as fotos para os clientes dele,ele realmente levou.Mas em vez de agencias de publicidade e empresas a procura de atores e modelos para suas campanhas, os clientes de Andre era milionários pedófilos ao redor do mundo.

Sim o filho da puta era dono de uma rede de tráfico de pessoas e tinha como principal mercadoria crianças e adolescentes de até 15 anos,em sua maioria meninas que eram vendidas como escravas sexuais.

Eu fiquei feliz quando ele me escolheu para tirar as fotos,eu era inocente e meus pais não acreditavam que houvesse risco  sendo que vivíamos em uma cidade minuscula.

Uma tarde eu voltava da escola sozinha,a mesma ficava a duas quadras da minha casa quando ele me abordou,disse que eu tinha sido escolhida por um cliente e que faria uma campanha de uma marca de roupa infantil,me ofereceu carona até em casa para que pudesse contar para meus pais,foi quando o inferno começou pra valer.

Ele não me levou para minha casa,na realidade nunca mais vi meus pais,eles foram mortos semanas depois, não havia campanha nenhuma.Fui jogada  num porão sujo por sei lá quantos dias,fui maltratada e passei por torturas,até que fui enviada para meu comprador.

Não vou dar detalhes do que passei nas mãos daquele  velho pervertido,mas foram os 12 anos mais longos da minha vida. Doze anos nos quais fui abusada e humilhada todos os dias,na maior parte da vezes era apenas meu ''proprietário'' que fazia,mas em diversas ocasiões tive que suportar os abusos de vários homens e mulheres ao mesmo tempo.

Toda vez que eles acabavam comigo,eu me sentia suja e humilhada,mas também fazia crescer em mim um ódio e uma sede de vingança que apenas eu conheço e que me dava forças pra suportar tudo aquilo.

Durante anos eu tramei minha fuga,todos os dias eu procurava a oportunidade perfeita de fugir,eu tinha ''liberdade'' de andar pela casa,mas também aquilo era tão bem vigiado que eu nunca estava sozinha.Mas então numa noite de tempestade minha vida mudou mais uma vez.

Eu estava num quarto qualquer o maldito tinha acabado de me abusar mais uma vez,e dormia praticamente em cima de mim,eu tentei me desvincilhar dele e voltar  para meu quarto,mas recebi uma bofetada no rosto e ordens de permanecer ali,em outra circunstancia eu teria contrariado e voltado para meu quarto,mas ainda estava me recuperando da última surra então me calei.

Eu estava observando o teto quando ouvi barulhos estranhos do lado de fora,pareciam tiros,e logo depois uma agitação incomum dos guardas.Os barulhos de tiro estavam cada vez chegando mais perto,e nada do maldito despertar,tentei me soltar dele mais uma vez ao mesmo tempo que a janela  explodia e um vulto entrava no quarto.

O maldito acordou e procurou a arma que ele mantinha sobre o travesseiro,mas a mesma não se encontrava lá,quando saltei da cama,acabei derrubando a mesma e ela estava ao meu lado atrás da cama.Mesmo sem a arma ele tentou lutar com o invasor,mas depois de alguns golpes o ele foi jogado desacordado num canto do quarto,ao mesmo tempo que guardas forçavam a entrada do quarto.

O invasor então começou a arrastar o armário até a porta pra trancar os guardas,eu num impulso sai do meu esconderijo e fui ajuda-lo,só então ele notou minha presença.

-Quem é você? Esquece não quero saber,tenho que sair daqui e encontra minha equipe.

-Eu posso te ajuda. Sussurrei para ele,eu estava  com medo afinal sempre ousava levantar a voz eu era castigada - Sei como sair daqui,mas por favor me leva junto? Implorei para ele.

-Porque me ajudaria? É uma das vadias que servem a esses malditos e quer que confie em você?

-Sou uma escrava aqui,não quero estar aqui sou obrigada por aquele lixo ali,por favor me ira daqui,juro que só quero voltar para minha casa,nada de mais,te tiro dessa casa e em troca você me deixa em uma cidade longe daqui.

Ele não tinha opção além de aceitar minha ajuda,mas ainda sim se mostrava contrário a possibilidade de  aceitar minha ajuda.Cansada daquilo,fui até onde tinha deixado a arma escondida e a peguei apontando a mesma para ele,que imitou meu gesto,em seguida me virei para onde o filho da puta daquele maldito estava e disparei.

Na realidade eu descarreguei a arma na cara daquele desgraçado,só parei quando o pente se mostrou vazio,então caí de joelhos e chorei,eu estava livre,mesmo que não fugisse dali eu sabia que eles me matariam pelo que havia feito.

-Quer saber,me deixa aqui,eles vão me matar ao verem o que fiz e vou ficar livre de qualquer maneira. Falei baixo,derrotada,mas então senti meu corpo ser abraçado  delicadamente e meu rosto foi colocado contra o corpo do invasor.

Haviam e passado vários anos desde a última vez que eu recebera um abraço,então deixei cair minhas defesas de vez,apoiei minha mãos no colete a prova de balas que ele usava e chorei,ao mesmo tempo que ouvia sons de luta no lado de fora do quarto.

Pouco depois ouvi sons chiados no rádio que estrava preso ao colete mas não entendi o que era dito,sei que pouco depois a porta foi aberta por uma pequena explosão e que o invasor desconhecido me protegeu dos estilhaços,a última coisa que lembro antes de desmaiar,foi de o ouvir dizer para alguém:

-Ela vai conosco.

E depois a escuridão.

Acordei numa sala branca,uma luz forte estava sobre mim,o que dificultava eu abrir os olhos,mas assim que o fiz percebi que estava com uma camisola branca de hospital e que meu  braço estava preso a uma bolsa de soro.Pouco depois um rapaz entra no quarto e ao me ver acordada diz algo numa linguá que não entendi e sai do quarto.

Deitei minha cabeça no travesseiro,mas não cheguei a dormir pois logo a porta se abre mais uma vez e o Invasor,já que eu ainda não sabia seu nome,entra no quarto. Ele me explica que me trouxe a cidade esconderijo dos da Resistência,que é um grupo autônomo que combate criminosos ao redor do mundo,tipo mercenários do bem e que seu nome é Ryan.

Eu conto minha história para ele,que acredita e que se propõe a procurar por meus pais,coisa que como já disse não deu em nada apenas me confirmou que estavam mortos.Como eu estava  sozinha no mundo,Ryan me convidou para me juntar a eles e eu aceitei.

Passei os últimos três anos treinado para conseguir minha vingança,paralelo ao treinamento eu ajudava Ryan em algumas missões e me mantinha na cola de Andre.Ele já conseguiu fugir de mim uma vez,eu salvei as crianças mas não o peguei,mas hoje será diferente.

Pela mira o rifle o vejo saindo de uma sala,onde foram levadas duas meninas pouco antes,fechando o zíper da calça e acendendo um cigarro em seguida,sinto mais nojo dele ainda.Infelizmente o lugar onde ele esta não é campo aberto,seria arriscado demais atirar nele agora,tenho que esperar ele ir para o outro lado do  armazém.

Todos os guardas já estão mortos,cuidei deles mais cedo enquanto Andre fazia sua festinha,agora só falta ele,a policia já foi acionada e espera um sinal meu para  invadir o lugar,sim a policia sabe o que estou fazendo,eles também querem pegar Andre mas ele sempre escapa,então eles estão agindo de maneira mais direta para acabar com ele,e a maneira que eles acharam foi me dando cobertura.

Sei que a policia vai ficar com o crédito do que ocorrer aqui essa noite,mas não me importo,só quero o Andre morto.Vejo que ele lentamente se move para o outro lado,o perco de vista enquanto ele passa por trás de um galpão,mas logo o vejo de novo,ele agora fala no celular e parece preocupado olha por todos os canto procurando por algo.

Droga alguém deve ter descoberto sobre mim,mas agora é tarde,respiro fundo uma vez e enquanto libero o ar preso eu disparo a arma.

Vejo o sol amanhecer de meu lugar sobre a colina enquanto observo a policia resgatando as crianças que estavam presas nos conteinêres,é uma cena linda de se ver.

Sei que Andre não é o único que trafica pessoas,e podem ter certeza que vou atrás dos outros também,mas minha vingança esta completa,agora posso finalmente seguir em frente.Me celular vibra de encontro a minha mão, é Ryan.

-Fala chefe.

-Conseguiu?

-Acha que estaria falando com você se fosse diferente?

-Ótimo. Zero,tenho um trabalho para você.Estou mandando para seu celular.

-OK chefe.

Segundos depois chegam as informações,decoro as mesmas e deleto completamente  a mensagem,guardo o celular na mochila,pego meu capacete e o coloco,a chave já esta na ignição.Segundos depois estou cortando as estradas em direção a meu novo trabalho.

Pessoas más me transformaram em apenas um número. Hoje sou apenas Zero,e transformo pessoas más em mortos na minha conta.

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